You're Gone - Capítulo 5 [BIG]

- Que barulho é esse?! – murmurou Joe acordando no meio da noite.
Joe foi se levantar e só então percebeu que não conseguiria, tinha o anjo mais lindo agarrado a si. Ele e Demi ficaram conversando depois de ter comido Doritos com água, uma experiência que ele não recomendava a ninguém. Joe passara o braço pelo pescoço de Demi e ela dormiu encostada em seu peito enquanto conversavam, ainda com a roupa que estavam vestindo. Mas agora, o garoto tinha o sorriso mais bobo de todos em seu rosto a olhando agarrada a ele. Demi tinha deitado em seu peito e o abraçado. Ele não sairia dali nem que pagassem, era bom demais para trocar por qualquer coisa. Tinha esquecido até do barulho que ouvira enquanto ficava olhando pra ela e fazendo carinho em seu cabelo, mas despertou de seu transe assim que ouviu o barulho de novo. Só para quase cair na gargalhada ao perceber que o barulho era na verdade a barriga de Demi roncando. Realmente, ele também estava com fome, aquela “janta” não matara a fome de nenhum dos dois. Ele não queria acordá-la, mas não conseguia não rir. E mesmo que não gargalhasse em voz alta, seu corpo se mexia o que fez Demi acordar.
- Joe...? – disse ela esfregando os olhos, com uma carinha fofa de sono.
- Desculpe, eu não quis te acordar Dem.
- Do que você tá rindo?  – disse levantando um pouco a cabeça pra enxergar o rosto dele iluminado pela pouca luz da lua que entrava pela janela. A pergunta só fez com que o garoto risse ainda mais.
- De você. – respondeu.
- De mim? Eu estou tão feia assim? Tão descabelada a ponto de assustar um fantasma? – disse ela sentando na cama e passando a mão no cabelo e arrumando a blusa, e só então percebendo que tinham dormido de roupa e tudo.
- Não! Não, não é isso. – disse rindo mais ainda, e segurando as mãos de Demi que não paravam de tentar arrumar a roupa e o cabelo. – É que a tua barriga estava rocando. – e dizendo isso, escutaram o “ronco” mais uma vez, e rindo também mais uma vez.
- Ah, ér... – Demi tinha ficado envergonhada. Ela tinha o acordado com a barriga roncando?! Isso era um tanto constrangedor, não?! – Mas você queria o que? Eu estava morrendo de fome e você me trás um pacote de Doritos com água? Isso não mata a minha fome. Você sabe disso! Comer é o que eu mais gosto, e o que eu faço melhor.
- É eu sei. Você adora comer. Mas não venha por a culpa em mim, por que ela não é. – disse a olhando e vendo que ela prendia o riso.
- Tá, tá, a culpa não é sua. Mas agora, já que não tem mais comida mesmo, será que a gente pode voltar a dormir? Eu estou quase morrendo de sono. – falou fazendo biquinho.
- Ai que bebezinha. – Joe riu – Tudo bem, vamos dormir que eu também estou com sono.
- Ótimo. – Demi deitou de costas pra ele, ela tinha notado que estava dormindo agarrada a ele, mas tinha a desculpa de ter o feito enquanto dormia, mas agora, ela não teria coragem de se agarrar a ele de novo, não com ele sabendo que ela estava acordada – Boa noite Joe.
- Assim não. – Joe disse deitando e a puxando pra deitar com ele, em seu peito de novo. E logo em seguida, puxando um cobertor para cobri-los – Bem melhor assim. Boa noite Dem. – deu um beijo em sua testa e a viu sorrir, e isso o fez sorrir também, completamente abobado.

(...)

- Alô? – disse Demi sonolenta. Tinham acordado com o celular dela tocando.
- Demi! Aí bebê me desculpa!
- Selena? – disse Demi confusa.
- É Demi sou eu. Acorda mulher.
- Você acabou de me acordar, quer o que? Ainda é muito cedo. O que te deu pra acordar às 7 da manhã? – ela estava cada vez mais confusa. Selena não estava brava? Então, porque diabos ligou pra ela?!
- Tanto faz. Demi me desculpa? Eu sou uma idiota dramática e fiz papel de boba ontem, como sempre. Eu conversei com o Nick, ele me contou o que o Joe disse que faria. E eu sei que ele é bem cabeça dura, talvez até mais que você, e olha que isso é difícil. Mas eu não precisava disso pra entender. Eu sei que você só queria o melhor pra mim, só que na hora eu...
- Chega Sel, nem continua. Tá tudo bem agora né? Passou. E você me poupou de ter que fazer um grande discurso pedindo desculpas. – e dizendo isso, as duas riram. Joe fez sinal de que ia tomar banho e foi para o banheiro, dando privacidade as duas.
- Então, o Joe tá aí?
- Não, ele foi tomar banho.
- Hum, então não tem problema se eu te perguntar isso?
- Perguntar o que Selena?
- E aí, como está sendo com o gostosão aí com você? E como assim ele foi tomar banho? Vocês estão dormindo no mesmo quarto, sua safada?
- Tá sendo muito bom, obrigada. E a gente tá sim no mesmo quarto, mas só porque esse lindo e perfeito hotel em que a gente se hospedou, só tinha um quarto... Com uma cama e...
- Como assim com uma cama?! Vocês estão dormindo juntinhos, é? Nossa, isso tá saindo melhor do que o esperado. Mas então, já aconteceu alguma coisa?
- O que podia ter acontecido Sel? Faz apenas um dia e ele nem gosta de mim...
- Fala sério Demetria! Se ele não te ama, eu te odeio! Até parece. Só falta ele babar a cada vez que você passa na frente dele ou explodir quando você ficava com alguém e ele via. Dava até medo, parecia que ele ia socar o cara.
- Ah tá bom Sel, ele até pode gostar, mas nunca vai acontecer nada. Ele nunca vai tomar a iniciativa.
- Eu não ouvi isso! Sério, não ouvi. Demi acorda! Século XXI, você parece que parou no tempo! Agarra ele de uma vez. Até parece que ele não vai gostar.
- Selena!
- Eu estou falando para o seu bem! Faça isso antes que outra faça. Mas agora eu tenho que ir. Vou a praia com o Nick. Beijos bebê, eu te amo. E pensa no que eu disse. Boa sorte aí. Tchau.
- Tudo bem, vou pensar. Tchau, também te amo.
Demi se jogou na cama pondo a mão na cabeça. Talvez Selena estivesse certa, talvez ela devesse tomar a iniciativa. Joe não era antiquado, não teria problemas com isso, ela achava. O problema era ela. Era ela que sonhava com o dia em que ele a pegaria de jeito e a beijaria de tal forma que ela esqueceria quem era. Mas talvez isso não acontecesse sem uma mãozinha dela.

(...)

Depois de ambos tomarem banho e pagarem o hotel – que era caro por sinal, considerando as condições precárias – eles entraram no carro e seguiram viagem. Eram exatamente 9 horas, tinham mais 6 horas de estrada pela frente. Mas Demi estava animada e nervosa ao mesmo tempo. Finalmente conseguiria ir atrás de sua mãe e ver o que aconteceu realmente.
- Joe, você acha que a gente vai encontrá-la?
- Eu acho que perder a esperança é o que não pode acontecer. Mas sim, eu acho que a gente vai encontrá-la. Eu não vou desistir antes de ver você com um sorriso no rosto, depois de saber tudo que aconteceu. – respondeu olhando nos olhos dela, mas desviando-os para a estrada logo em seguida.
- Obrigada! Por tudo.
- Não precisa agradecer Demi. Você é importante demais pra mim. Eu nunca te deixaria na mão. – disse passando a mão no rosto da garota que sorria idiotamente com o carinho.
- Obrigada mesmo assim. Mas então, vai fazer medicina mesmo? Quando a gente voltar?
- Vou sim, sempre foi o meu sonho, sabe? Salvar as pessoas...
- A gente tem mesmo muito em comum não é? Você vai ter que me aguentar na faculdade, no hospital e no resto da sua vida. – disse isso rindo, o que fez Joe rir também.
- Realmente, muito trágico. Coitado de mim. Não consegui me livrar de você nem no trabalho.
- Eu sei que você me ama.
- Convencida. Acho que eu te dou muita confiança isso sim. – disse rindo – Sabe, você e a Selena são tão diferentes e iguais ao mesmo tempo. Uma faz birra por uma coisa e a outra por outra ainda mais idiota. Vocês brigam, discutem, ficam sem se falar. Mas no final, matariam e morreriam uma pela outra. É tão... Forte essa “ligação” que vocês têm. Mas eu lembro que vocês não gostavam uma da outra quando eram pequenas. E eu nunca soube o porquê.
- É estranho né? Mas sim, eu faria qualquer coisa por ela. E eu sei que ela por mim. A gente tem gostos diferentes, mas no final isso é o que faz tudo ficar bem. No começo, quando a gente se conheceu aos cinco anos, eu não suportava como ela conseguia atenção de todos tão facilmente. Eu achava que ela roubava quem eu amava. Eu tinha ciúmes dos meus pais, do Nick, de você...
- Você tinha ciúmes de mim?
- Eu achava que você preferia ela!
- O que?! – Joe perguntou rindo.
- É sério! Ela chegou e de repente todo mundo já gostava dela. E como ela era meio diferente de mim, mais princesinha, amava rosa, gostava de bonecas... Tudo o que eu não gostava. Eu ouvia gente me comparando com ela, falando que eu devia ser como ela. Que eu devia ser mais menininha. E você e o Nick começaram a conversar com ela e eu achei que vocês estavam me trocando também.
- Demi, isso é completamente ridículo!
- Eu sei! – Demi disse rindo – Mas na época eu era só uma criança, não via as coisas desse jeito. Isso até um dia em que minha mãe convidou a tia Mandy pra jantar lá em casa, e levar a Selena pra brincar comigo. Eu não tinha muita coisa que ela gostasse, ou que eu achasse que ela gostasse. Mas Sel me disse que era assim porque lá onde ela morava todas as meninas eram assim. E que sempre quis brincar de carrinho. E eu sempre amei carrinhos, você sabe. Naquele dia a gente passou a manhã e a tarde brincando de carrinho... E de Barbie, pois é. As Barbies andavam nos meus carrinhos. Uma aprendeu a brincar e gostar do que a outra gostava. Tipo uma conciliação. E depois desse dia a gente virou inseparável. – disse rindo da cara que Joe fez – Que? Pensou que era mais emocionante que isso?
- Na verdade, eu pensei. – disse rindo também – Mas sério isso de eu trocar você por ela é totalmente ridículo.
- Eu sei que é.
- Que bom que sabe. Vocês são completamente loucas juntas.
- Loucura é bom. Você devia experimentar.
- Eu experimento. Vocês não me deixam escolha. Como na vez em que as duas lindinhas beberam além da conta e pularam na piscina daquele senhor invocado que ligou o alarme e começou a berrar chamando a polícia. Vocês estavam tão mal que não conseguiam sair de dentro da piscina e fizeram eu e o Nick pularmos e tirarmos vocês de lá. E depois a gente saiu correndo com o maluco atrás da gente! Até que conseguimos um esconderijo no parquinho da praça. E passamos lá o resto da noite porque vocês caíram no sono lá mesmo e não acordavam por nada nesse mundo.
- Ah, esse dia foi engraçado! – Demi falou gargalhando.
- Você lembra?
- Não. – disse rindo mais ainda.
- Então tá rindo do que sua louca?
- Dá sua cara de desespero quando a gente acordou no outro dia e você contou pra gente. Foi hilária.
- Não tem graça. E eu nem fiquei desesperado.
- Não, imagina!
- Talvez só um pouquinho. – admitiu Joe rindo em seguida. A rizada de Demi é contagiante, ele não conseguia ficar sério com ela rindo.
E foram assim a viagem toda, lembrando de histórias do passado, rindo e se divertindo. Pararam pra almoçar num restaurante e seguindo viagem sem mais paradas.


(...)


Chegando em L.A. foram procurar o endereço que Demi tinha. Era o prédio onde sua mãe trabalhava. E que ainda trabalha. Pelo menos era o queriam, que ela ainda trabalhasse lá.
- Chegamos. – disse Joe estacionando o carro e vendo Demi respirar fundo.
- É... Chegamos. – disse Demi olhando para o prédio. Nervosa.
- Ei, calma! Vai dar tudo certo.
- É o que eu espero. Eu esperei tanto por isso. Só quero que acabe logo. – falou enquanto arrastava as mãos na calça. Elas estavam suadas.
- Vai dar. – Joe a puxou para um abraço bem apertado. – Agora vamos. – disse saindo do carro, dando a volta e abrindo a porta para Demi.
- Uau, que cavalheiro. – Demi fez uma cara de surpresa, brincando.
- Tá vendo como sou perfeito? Até abro a porta do carro.
-Idiota! – disse enquanto entravam no prédio rindo. Foram até o balcão da recepção onde uma senhora de uns 60 anos estava organizando uns papéis.
- Érr, com licença, a senhora podia nos dar uma informação. – perguntou Joe chamando a atenção da senhora.
- Ah, desculpe, não tinha os visto ai. – falou largando os papéis de lado, e sentando na cadeira sorrindo amigavelmente – Podem perguntar.
- A senhora conhece alguma Dianna? Ela trabalhava aqui. Ou ainda trabalha, não sei. – perguntou Demi.
- Dianna? Oh sim. Conheço. Ela realmente trabalhou aqui por uns anos. Eu a adorava. Uma mulher incrível.
- Como assim trabalhava? Ela não está mais aqui?
- Não, ela saiu faz uns dois anos. – disse vendo a cara de decepção de Demi. – Mas por que a pergunta? Por que essa carinha tão triste?
- Dianna é a mãe de Demi. A gente está procurando ela. Não temos notícias já faz algum tempo e esse endereço era o único que tínhamos, então...
- Demi? Você é a filha de Dianna? Ah meu Deus! Você é tão linda quanto sua mãe falava, posso dizer que até mais. Ela sempre falou muito de você. Ela te amava.
- Falou é? E ela nunca disse que me deixou lá e não deu mais notícias? – disse Demi já com lágrimas nos olhos e sentindo o braço de Joe a envolver.
- Querida, ela sempre quis voltar. Mas ela não podia.
- Existem cartas, telefones, e-mail, internet em geral. Ela podia ter dado notícias! Ela tinha que ter dado notícias. Ela simplesmente me largou lá.
- Não Demi. Ela tinha motivos, acredite. Não seja tão dura. Sua mãe te amava e não tinha um dia que passasse sem ela lembrar de você.
- Motivos? E que motivos eram esses?
- Eu acho que não sou a pessoa certa para te contar.
- Contar o que?! – Demi disse um pouco mais histérica. Tinha contado que encontraria sua mãe ali. No fundo ela sabia que tinha uma grande probabilidade de não acontecer. Mas nunca pensou assim, a esperança sempre falando mais alto.
- Desculpe, ela não quis falar assim. É só que está sendo muito difícil para ela passar por tudo isso... – falou Joe apertando um pouco mais o abraço que dava em Demi e dando um beijo no topo de sua cabeça, logo depois de sussurrar um “vai ficar tudo bem pequena, vai dar tudo certo. Mas você precisa ter paciência, a gente sabia que não seria fácil.”.
- Está tudo bem, eu entendo.
- Obrigada... – disse Demi em um sussurro.
- A senhora não sabe onde nós podemos encontrá-la? Porque esse endereço era tudo que tínhamos e bom, sem ajuda nós voltamos à estaca zero. – Joe fez uma careta ao falar.
- Bom, eu sei que ela se mudou de L.A. quando saiu da empresa e foi para uma cidadezinha longe daqui.
- E a senhora sabe que cidade era? – perguntou Demi um pouco mais calma.
- O nome eu não sei, mas...
- Mas?
- Mas eu sei o nome do advogado dela. E sei que ele morava lá também. Acho que se vocês procurarem numa lista telefônica encontrem a cidade...
- Mas a gente não precisa da cidade pra procurar um nome na lista telefônica? – perguntou Demi revirando os olhos.
- É, você tem razão. Bom, então eu não sei. – disse a senhora com um olhar de desculpas e pena, misturadas.
- Será que a senhora poderia nos dar o nome, mesmo assim? – pediu Joe.
- Ah claro, só um minuto. – disse levantando e indo buscar uma agendinha.
- Pra que você quer o nome? Não vai adiantar nada. – perguntou Demi, baixinho, para a senhora não escutar enquanto procurava em sua agendinha.
- É claro que vai Demi. A gente procura na internet, Google serve pra isso meu amor. – falou Joe piscando para ela.
- Ah é mesmo! Como eu não pensei nisso antes? Eu sou tão idiota. – ela falou dando um tapa na testa, fazendo com que Joe risse.
- Aqui! Achei! – falou a senhora despertando a atenção deles. – Tyler Becker.
- Tyler Becker. – repetiu Demi, com cuidado. Como se esse nome fosse à salvação da vida dela. E talvez fosse mesmo.
- Obrigado! A senhora salvou o dia! – agradeceu Joe.
- Sim, a senhora nos salvou! Muito obrigada mesmo! – disse Demi a abraçando.
- Não foi nada. Fiz o que pude. Fico feliz que tenha ajudado. E Demi, foi um prazer te conhecer! E a você também rapaz. – disse sorrindo enquanto Joe e Demi iam andando em direção à porta.
Tyler Becker. Um nome. Uma esperança. A esperança. Era só o que eles tinham. Mas era muito, perto do nada de alguns minutos atrás.

CONTINUA...


Capítulo big pra compensar os outros que foram uma miséria kkkkk

Espero que tenham gostado.
Não vou pedir quantidade de comentários, só queria quem não comenta,  comentasse com um "sim" ou "não" e assim eu saberia se estão ou não gostando... Se vocês puderem fazer isso, façam, por favor! Obrigada ;)

Eu to com a impressão de que eu ia falar mais alguma coisa, mas eu esqueci, então deixa pra lá :/ kkkkk

 

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Beijos,
Susan
@OurDemiUnbroken